sábado, 30 de junho de 2007

A mulher e o seu papel numa sociedade hierarquicamente machista




Esta semana foi divulgado pela mídia o fato da empregada doméstica ter sido espancada por jovens da classe média. Digo isto porque com certeza este não foi o primeiro e não será o ultimo caso de espancamento de mulheres, muita das vezes não divulgados, sendo elas, na maioria dos casos, pobres e negras, surradas por jovens de classe média da Barra da Tijuca e universitários, homens que legitimados por uma sociedade machista e ainda patriarcal, se acham no direito de espancar mulheres que, segundo eles, são na maioria das vezes prostitutas, ou seja, estão a margem e não possuem ninguém por elas.


Jovens, espelho de uma sociedade corrupta e que não prestam atenção em seus filhos, não conseguem entender que a sociedade se constrói com a família e o dialogo é uma das melhores formas de se resolver pequenos e grandes problemas.


O problema maior é quando esses mesmos jovens transferem todas as suas possíveis revoltas para pessoas inocentes e mesmo sendo presos, serão daqui a algum tendo substituído pela mídia por alguma guerra do tráfico de drogas no RJ, tema tão comentado.


Quando chega nesse não-limite é algo a ser analisado, qual o papel do Estado neste caso? Como a sociedade está divida? Classes de gêneros?brancos e negros?ricos e pobres? Qual a consciência social quanto a tudo isso?


Nas reportagens que acompanhei durante a semana pude observar o medo do taxista que anotou a placa dos rapazes que bateram na empregada doméstica, pois sabemos que a justiça depende para a investigação criminal e burocrática do estado dar continuidade é necessário uma testemunha, e lá vai a pergunta: Como essa pessoa se sente frente ao perigo de testemunhar a favor de um pobre contra 4 rapazes ricos?


O medo, neste caso esta evidente, o outro lado do medo, não mais o medo da burguesia contra a violência urbana, o mendigo, a criança de rua, mas o outro lado, com um outro olhar agora o do pobre olhando para a xenofobia da burguesia, o esteriótipo criado pela sociedade contra a maioria marginalizada.


Transferindo este caso para a história podemos comparar este episódio com a Alemanha nazista e os movimentos criados pós Hitler de jovens que batiam nas classes desfavorecidas com toda legitimidade da população.Fato político marcado por autoritarismo afetivo estremado.


Outro fato curioso é que a mídia não divulgou onde esses jovens estudam...descobri através de professores acadêmicos que estudam em universidades particulares conveniadas com a Rede globo, sendo assim por que será que não houve divulgação?


Bem, a misoginia tão apregoada por um absolutismo cristão misturado com um tomismo consensual, foi utilizada pelos rapazes como justificativa para os atos, ou seja, segundo eles, estavam batendo em uma prostituta, mulher, negra e pobre, que mal há nisso?


Chegando a uma nova questão: Quantas prostitutas não apanham todos os dias e a midia não divulga?


Outra situação que chamou minha atenção foi o depoimento do pai da moça e de um dos rapazes.


O senhor humilde pai da moça espancada disse que hoje os jovens não possuem limites, observei assim a total vulnerabilidade que pessoas pobres estão sujeitas dentro da nossa sociedade. Será que falta ou sobra repressão nesse caso?


Segundo, o pai do rapaz, esse claramente a favor do filho justificando que eram garotos universitário...e daí? Surge a principal pergunta...


Finalmente ou inicialmente, a família transferiu o poder da educação para a escola abdicando de qualquer responsabilidade frente as atitudes de pessoas assim, se o filho dá certo parabéns os pais forma os responsáveis agora se deram errado, para drogas, corrupção, seres marginalizados a culpa é social...


Esse tipo de construção de pensamento me deprime profundamente, como se constrói os limites?


Alguém pode pelo menos iniciar algum questionamento?


Ah, finalmente, ouvi dizer que alguns pediram a tortura desses rapazes...ironicamente lembrei da entrada do exército russo na Alemanha já no final da guerra... quantas mulheres não forma estupradas e mortas por conta do sentimento de vingança que pairava a Europa quanto ao povo alemão?


Mais do mesmo...enfim, o início.




A Educação e o Papel do Educador na sociedade atual



O que faremos?
Qual é realmente o papel do educador nesta sociedade, onde existe a sútil discórdia de gêneros e a frieza das massas quanto a seus governantes?
Qual a identidade que esta sendo contruída perante os estudantes que, ao conversarem com seus professores, descobrem a triste face da miséria educacional brasileira?
Qual paz que está sendo passada pela mídia quando se trata de lutas e conflitos dentro do espaço urbano e o que dizer do espaço rural na atual conjuntura politica-social e ideológica???
Questionamentos diarios feitos por muito educadores que não saem do quadrado contruído pela educação tradicional, são feitos e não se chega a nenhuma conclusão.
Assim, quero deixar claro que a minha idéia é tentar questionar, discutir e de alguma forma criar e de forma consensual com outros professores e alunos visualizarem a melhor didatica e a dialética que pode ser usada na sala de aula.
Primeiramente temos que observar que esse termo sala de aula, em linhas gerais, deveria ser inutilizado, pois vivemos em uma sociedade onde há uma grande necessidade de construção de outros espaços para se ensinar as diferentes matérias passadas na escola.
A sala de aula é a rua, viela, favela, beco, esquina, parque, museu, teatro, cinema, campo...
O uso da sala fechada, quadrada, do quadro, do tablado de forma tradicional e hierarquicamente construidos foram feitos para distanciar o aluno de qualquer proximidade com o professor.
A liberdade e autonomia de trocar informações, discutir assuntos relacionados com as diferentes ciências, filosofar, alfabetizar, enfim, discorrer dentro do campo educacional outras alternativas que se utilizem das formas atuais, onde jovens e adultos consigam entender e gostar do espaço que estão estudando.
Nós professores consiguimos ver como a escola na atual conjuntura tornou-se um verdadeiro barril de polvora devido ao seu anacronismo e falta de adaptação da sociedade moderna. é como se a sociedade evoluisse para um campo e a escola para outro, não havendo qualquer junção ou se há adaptação, é de fato algo ainda a ser discutido.
Vemos professores jogando a tolha, esquecendo do seu papel social como cidadão, professor e familiar, o olhar que o professor lança sobre o aluno, muita das vezes, é tão pessimista que não vemos mais a esperança e o afeto e sim discordância e hierarquização.
Temos que ler mais. Ouvir mais as pessoas e principalmente o que num conjunto harmonioso o aluno - o educador e os pais tem pra dizer.
Temos que olhar com uma percepção mais freireana e podemos olhar para forma e ver aqui na América Latina quais modelos de educação que deram e dão certo, como o cubano por exemplo.
A principio so gostaria de deixar minha indignação não com pessoas, mas com sentimentos mesquinhos que são apregoados dentro da escola, como o: autoritarismo extremo, a falta de respeito, a falta de limitação e a delimitação dos espaços, a ignorância e não criatividade, a vaidade e passividade, a discordia e insensibilidade, foram esses lembrados por mim neste momento que devem ser questinados.
Enfim, deixo em aberto o tema para que todos possam me enviar mensagens e comentários.
Vamos tentar fazer algo, não algo imediatista mas algo a ser pensado desde já para que não se estabeleça um caos irreversível.